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Farmacêuticos descrevem a emoção de serem vacinados

Mesmo que de maneira incipiente, a vacinação contra a Covid-19 começou em todo o país para os grupos prioritários, entre os quais os trabalhadores da saúde. Farmacêuticos fazem parte desse grupo e já estão sendo vacinados. Rejane Sousa de Siqueira, farmacêutica bioquímica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), foi vacinada na segunda-feira, um dia depois da autorização do uso emergencial da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A sensação foi de um alívio inexplicável”, descreve a farmacêutica, que tem realmente muitos motivos para se sentir assim.

Rejane Siqueira está trabalhando como voluntária no posto responsável pelo estoque, distribuição, conservação e armazenamento das vacinas que serão aplicadas em todos os trabalhadores do complexo onde atua, e lembra o quanto a vida dos trabalhadores da saúde tem sido difícil nesta pandemia. “Essa vacina foi muito esperada. Todos estão exaustos. É um alívio porque é o primeiro passo para sairmos desse caos”, comemora. “Quando me vacinei, passou um filme na minha cabeça, desses meses de tensão, ansiedade, insegurança de não saber se a vacina sairia em tempo tão hábil e, depois, de a liberação não ocorrer de forma rápida. Eu e meus colegas ficamos muito felizes e nos emocionamos de ver tudo isso acontecer”, conta.

 

Farmacêutica Rejane Sousa de Siqueira

 

Roberta Silva, farmacêutica hospitalar com especialização também em Saúde Coletiva, trabalha na UPA 24 horas de Piraquara, região metropolitana de Curitiba, no Paraná, conta que se desdobrou durante a pandemia para garantir o abastecimento da unidade e manter a qualidade e a segurança do paciente, frente à escassez de insumos e produtos para a saúde. Ao tomar a vacina, ela não resistiu! Guardou o frasquinho, para a filha, de 9 anos. “Vejo como uma vitória para todos os nós, toda a população mundial. O pensamento foi que isso acabe, de uma vez por todas. Guardei o frasco para a minha filha, e também como uma forma de a gente lembrar o que nós passamos e que sobrevivemos a tudo isso!”

Farmacêutica Roberta Silva

 

Em Marzagão, no Amapá, a farmacêutica generalista, Estefânia Maiara, também já vacinada, expressa o sentimento de felicidade misturada a certa angústia, mas também de otimismo! “Fico angustiada porque meus familiares ainda não puderam ser vacinados. Mas estou feliz, e mais feliz ainda por minha profissão, pelos meus colegas terem feito parte da equipe de pesquisa da vacina. Estamos iniciando uma nova fase, e se Deus quiser, vamos vencer. Dias melhores estão por vir”, anima-se.

Estefânia lembra foi assustador e angustiante enfrentar a pandemia de Covid-19, especialmente por conta da sobrecarga de trabalho. “Mesmo assim nós estávamos aqui para ajudar, correndo atrás de insumo e de equipamentos de proteção individual (EPIs), para não faltar”, lembra a farmacêutica, que diz ter sofrido com o medo de infectar sua família. “Senti medo de levar o vírus para minha casa, porque meu pai é diabético, minha mãe também. E quando ele foi acometido pelo vírus em maio, eu tive a sensação que iria perdê-lo, mas lutei e consegui”, comemora.

 

Farmacêutica Estefânia Maiara

 

O desejo de Rejane Sousa agora é que todos possam ser imunizados. “Que chegue para todos, e o mais rápido possível.” A farmacêutica ressalta a importância do trabalho dos farmacêuticos também nesse momento. “Parte do trabalho dos farmacêuticos a partir de agora é mostrar à população a importância de se vacinar quando a vacina estiver finalmente disponível para todos. “Temos um papel de extrema importância no repasse das informações corretas a respeito das vacinas, da campanha, e mesmo sobre o vírus e a doença.”

 

Frasco da vacina contra a Covid-19

 

Campanha – O Conselho Federal de Farmácia (CFF) trabalhou muito pela inclusão dos farmacêuticos na prioridade para a vacinação contra a Covid-19 e conseguiu isso do Ministério da Saúde, formalmente. Porém, apenas 6 milhões das 8 milhões de doses de vacinas anticovídicas adquiridas pelo governo estão disponíveis inicialmente. Calculando os 5% de perda inerentes à vacinação, as doses são suficientes para apenas 2,85 milhões de pessoas, pois o imunizante requer duas doses por pessoa. Enquanto isso, o grupo prioritário para a primeira fase, soma 15 milhões de pessoas.

O presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter Jorge João, assegura que o CFF se manterá vigilante em relação à vacinação. “Sabemos que é angustiante estar nas farmácias atendendo pacientes com diagnóstico e também casos suspeitos e assintomáticos, por força do dever, para não abandonar a população! Ainda que a corrida pela vacina seja global e a produção atual seja insuficiente para suprir toda a necessidade do planeta, ainda mais no caso do Brasil, com repetidos atrasos na compra, estaremos vigilantes, exigindo que a imunização contemple indistintamente as profissões da saúde”.

 

Clique aqui e acesse o Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19.