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CFF quer incentivar a atuação dos farmacêuticos em doenças tropicais e negligenciadas

As doenças tropicais e negligenciadas (DTN) incluem um conjunto de cerca de 20 doenças que ocorrem, predominantemente, nos países em desenvolvimento, em populações da África, da Ásia e da América Latina, onde o acesso a serviços de saúde de qualidade, água potável e o saneamento é escasso. Causadas por agentes infecciosos ou parasitas, a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que elas afetem mais de um 1,5 bilhão de pessoas em 149 países, e sendo responsáveis por elevada morbidade e mortalidade. Determinado a fortalecer a atuação da categoria em práticas relacionadas às DTN no País, o CFF criou, em agosto de 2021, o Grupo de Trabalho sobre Doenças Tropicais e Negligenciadas (GT-DTN).

Com várias frentes de atuação focadas em proporcionar o maior envolvimento do farmacêutico em DTNs, o grupo tem como principais missões elaborar uma resolução que reafirme o papel do farmacêutico nesta área e desenvolver capacitação profissional por meio de materiais educativos e promover eventos relacionados ao tema, com incentivo à participação destes profissionais. Atualmente, o GT está avaliando o panorama nacional dos farmacêuticos que atuam com essas doenças, a partir de um formulário elaborado para identificar conhecimentos, atitudes e práticas em diferentes campos de atuação, como pesquisa, ensino, análises clínicas e outros. Se você atua em DTNs, acesse o link e responda – https://forms.gle/EFKC4w8YdQ1KQEKC7

O formulário da pesquisa foi elaborado com base em dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde – Brasil (2021) e na relação de doenças tropicais e negligenciadas do CDC-Atlanta e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por meio da pesquisa, o grupo espera levantar informações como o tempo de atuação do pesquisado com as DTNs, sua área específica de atuação e ocorrência das doenças em sua região.

“Queremos conhecer os farmacêuticos que atuam nas DTNs nos seus diversos segmentos, o que será fundamental para que possamos subsidiar estratégias de melhoria e qualidade dos serviços na profissão farmacêutica”, reforça o professor, pesquisador em Doenças Tropicais e Assistência/Cuidado Farmacêutico e Doutor em Inovação Farmacêutica pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Luann Wendel Pereira de Sena. Ele integra o GT, junto com outros cinco farmacêuticos.

 

Integrantes do GT de Doenças Tropicais e Negligenciadas do CFF

A criação do GT-DTN no CFF justifica-se pela prevalência e significativo impacto negativo das DTNs no Brasil. O grupo visa incentivar os profissionais a correlacionem suas habilidades clínicas, respeitando as diretrizes do Sistema Único de Saúde, a fim de contribuir para a saúde da população. “Nossa intenção é fornecer subsídios técnicos direcionados à gestão, cuidado e serviços farmacêuticos a população geral e grupos vulneráveis, de modo a prover visão estratégica da interface entre as DTN e a saúde global. As habilidades clínicas e os conhecimentos técnico-científicos e laboratoriais dos farmacêuticos, conferem relevância a estes profissionais no cuidado clínico com o paciente com doenças tropicais negligenciadas”, acrescenta.

Além do Dr. Luann Wendel, o Grupo de Trabalho sobre Doenças Tropicais e Negligenciadas é composto por: José Luiz Fernandes Vieira, Giselle Maria Rachid Viana, Érika Rodrigues, Guimarães Costa, Gisely Cardoso de Melo e Lídio Gonçalves Lima Neto.

Quais são – Como doenças tropicais e negligenciadas, a OMS considera a úlcera de Buruli, a doença de Chagas, a cisticercose, a dengue, a dracunculíase (doença do verme da Guiné), a equinococose, a fasciolíase, a tripanossomíase africana (doença do sono), a leishmaniose, a lepra, a filaríase linfática, a oncocercíase (a cegueira dos rios), a raiva, a esquistossomose, as parasitoses, o tracoma, bouba, entre outras. No Brasil, são registradas com mais prevalência: hanseníase, doença de Chagas, esquistossomose, leishmaniose, hepatites e filariose linfática.

O cenário atual das DTNs no País ainda é preocupante em diversas regiões, particularmente naquelas com baixas condições socioeconômicas. Para diminuir os agravos trazidos por estas enfermidades, são necessárias estratégias de prevenção, controle e tratamento disponíveis e eficazes, bem como profissionais acessíveis no atendimento das populações acometidas. E o farmacêutico e suas novas práticas profissionais, voltadas aos cuidados clínicos, adquirem posição de destaque no enfrentamento dessas doenças, atuando no rastreamento em saúde, cuidados clínicos e no controle de qualidade dos medicamentos.

 

Fonte: Comunicação do CFF